terça-feira, 18 de novembro de 2008

Tim Buckley – Song to the Siren


Sem me aperceber estás encostada a mim. Tens a tua cabeça no meu ombro, enquanto continuas a falar com alguém: um amigo, talvez. Olho para o bar e faço o sinal de sempre. Duas cervejas e dois shots, como nos filmes de cowboys. Tiro-te um cigarro. Sempre gostei de fumar dos teus cigarros. Tu: nunca te importaste, alimentavas-me o vício como quem alimenta uma fogueira com livros. As bebidas chegam. Ris alto. A noite ainda nem a meio vai.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Massive Attack – Angel


Se a noite fosse uma música ela seria esta música, dizes junto ao meu ouvido. Eu pego no copo e bebo mais um pouco e depois fumo do teu cigarro. Não sei onde a noite irá terminar. Mas sei que não termina aqui.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

The Stranglers – Golden Brown


A noite é um barco ébrio, mas Rimbaud não é para aqui chamado, embora um livro dele esteja sobre a mesa rodeado de copos vazios de shots. Ele deveria achar piada à situação. Pegas num cigarro. Acendê-lo e dizes-me que Verlaine seria um poeta menor, não fosse o encontro com o outro poeta que não é para aqui chamado. Discordo e argumento. Mas o meu argumento embate contra o fumo do teu cigarro. E contra isso não há nada a fazer.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

The Verve – Star Sail


Lá fora está frio, mas isso agora não interessa. Aqui estamos mais uma vez de copo na mão, a olhar um para o outro. Hoje deu-nos para o silêncio, para a contemplação. Já não há pipocas salgadas. Penso: fui eu que as comi, pois tu ainda não largaste o cigarro. Nem o copo. Às vezes dá-te para isso: para fumar e beber como se amanhã o mundo acabasse. Talvez seja essa a razão que ainda te prende aqui: queres ver o fim do mundo, caso ele amanhã acabe.

domingo, 9 de novembro de 2008

Jefferson Airplane - White Rabbit


Os meus olhos estão vermelhos devido ao fumo do teu cigarro. Insistes em atirar-me fumo para a cara. Só mais tarde, e foi demasiado tarde, aprendi o que isso queria dizer. A música está alta como sempre. Mas aqui nunca reclamamos por isso acontecer. É que a música que está a dar é sempre a nossa música: seja ela qual for: é sempre a nossa música. Alguém traz pipocas com sal e o mescal que pedimos. Falta o limão. Não importa (dizes), vai assim mesmo. E nunca chego a beijar-te a boca.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Feelings...

É triste não ter voltado a haver um sítio onde se sirvam finos com pipocas salgadas!!!